sábado, 17 de setembro de 2011

MAGISTÉRIO ESTADUAL RS

Boa notícia para os interessados em fazer parte do quadro de pessoal da Secretaria de Educação do Rio Grande do Sul: está em pauta novo concurso para o preenchimento de 10 mil vagas, distribuídas por cargos dos níveis médio (Normal) e superior (diversas áreas). O edital está previsto para ser divulgado até outubro, de acordo com a secretária-adjunta de Educação, Maria Eulália Nascimento. "A previsão é de que o edital saia até o fim deste mês ou no início de outubro. Esperamos contar com os novos professores já no início de 2012."
Segundo a secretária-adjunta, a Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), instituição estadual, é a organizadora da seleção. "O concurso será de âmbito estadual e, a inscrição, por coordenadorias regionais. Além das oportunidades para professores de nível superior, também haverá vagas para o nível médio, pois temos grande número de alunos do ensino infantil no nível fundamental. A seleção terá validade de dois anos, prorrogável."
O concurso será composto por prova específica na área de especialização, ou seja, cada candidato fará outro exame, na área de conhecimento em que sua disciplina se enquadra. Quem pretende entrar na disputa já pode começar a se preparar, tendo como base o programa cobrado no último concurso, feito em 2005, cuja validade não foi prorrogada. À época, foram oferecidas 5.896 vagas para o cargo de professor, distribuídas por nível de ensino: Educação Básica – Educação Infantil, Ensino Fundamental Séries Iniciais e Finais, Ensino Médio e Educação Profissional. Os salários variaram de R$360 a R$421,13, para carga horária de 20 horas semanais.
FOLHA DIRIGIDA - O quantitativo oferecido vai amenizar a carência da secretaria?
Maria Eulália Nascimento - Não é suficiente, porque temos hoje 19 mil professores contratados pela política de Recursos Humanos, a qual faz a distribuição. Inclusive, a Lei do Piso Nacional estabelece que um terço da carga horária seja destinado a atividades como estudo e formação continuada, e já estamos disciplinando isso. Podemos abrir inicialmente esse número de vagas devido à determinação do Supremo Tribunal, e todos têm que ser nomeados. Então, não podemos criar expectativa de uma nomeação maior do que mais de 10 mil imediatamente. Como existe a possibilidade de abrir 10 mil e ainda continuar precisando de pessoas, temos a expectativa de poder, no mesmo concurso, nomear além disso, mas em um tempo maior.
Esses 10 mil professores já irão atuar em 2012?
Esses novos professores já começariam a trabalhar em 2012. Esse nosso prazo seria ideal para cumprir a expectativa, que é uma necessidade da escola pública.
Existe Plano de Cargos, Carreiras e Salários?
Existe. No Plano de Carreiras, o professor não ingressa com 40 horas semanais, mas com 20h. Mas, ao longo da vida, ele pode ter mais uma matrícula, com 20 horas semanais. Por exemplo: o professor faz o concurso e, no dia em que apresenta sua habilitação, já vai para o nível correspondente, ou seja, o nível I para docente com curso Normal de nível médio. É assim que ingressam no plano de carreiras científico acadêmico.
A organizadora já foi definida?
Nós estamos trabalhando com a Fundação de Desenvolvimento de Recursos Humanos (FDRH), que é uma instituição estadual.
Qual será a validade desse concurso?
O concurso terá validade de dois anos, podendo ser prorrogado por igual período. Inclusive, essa regra está no regulamento, não só no edital.
Haverá oportunidades para todos os municípios?
Sim, o concurso será de âmbito estadual e, a inscrição, por coordenadorias regionais. Aqui, no Rio Grande do Sul, a Secretaria de Educação é descentralizada em 30 coordenadorias regionais, cada uma delas envolve um número de municípios, umas menos, outras mais. Então, os candidatos irão se inscrever por coordenadoria regional, podendo ser designado para atuar em qualquer um dos municípios da coordenadoria a qual irá concorrer.
Haverá oportunidades para o nível médio?
Sim, porque temos um grande número de alunos do ensino infantil no nível fundamental, que são atendidos pelo estado. Também porque temos muitas escolas de curso Normal da rede estadual. Então, seria uma incoerência da nossa parte ter escolas que formam professores de nível médio e não abrir essa possibilidade para ingresso na carreira de educadores com essa formação.
Foi anunciado que este concurso terá como novidade a aplicação de prova específica na área de atuação. Por que foi escolhida essa prática?
O nosso objetivo é ir nos aproximando das diretrizes que o Conselho Nacional de Educação já apresenta, no caso, estou falando do nível médio, no sentido de trabalhar por áreas de conhecimento e assim caminhando para uma disciplinarização que existe no currículo escolar. Hoje, por exemplo: a área de Ciências Humanas envolve História, Geografia, Filosofia e Sociologia. E, ao mesmo tempo em que nós queremos caminhar para este lado, ainda temos a realidade concreta, que é a habilitação na disciplina. Então, nosso concurso vai ter dois momentos: o momento em que o professor vai fazer a prova na área, respondendo a questões de todas essas disciplinas que abrangem essa área. E após, ele fará uma prova na disciplina específica para qual ele é habilitado, tendo, portanto, duas provas e duas classificações no mesmo concurso, podendo ser chamado para atuar na área ou para atuar na disciplina. Essa especialização, no caso da Unipampa, por exemplo, já há uma conversa muito preliminar, no sentido de que essa proposta possa interferir na reorganização dos cursos de formação de professores, para que todos andem na mesma direção, os cursos e a realidade das escolas. Mas isso é um processo que está começando, por isso, essas duas provas.
Quais são as áreas com maior carência?
É comum dizer que as disciplinas com as maiores carências são Química, Física, Biologia e Matemática. No entanto, a questão vai se agravando e, hoje, já temos carência de professores de Geografia e Artes. Então, esperamos encontrar na sociedade do Rio Grande do Sul pessoas com essas habilitações para virem atuar. Há necessidade também de encaminhá-los para uma formação por áreas, porque essa disciplinarização interfere nessa realidade.
A senhora é a favor de concursos periódicos?
Sou a favor de concursos periódicos. O Rio Grande do Sul tinha uma tradição de atualizar os seus concursos e, de tempos em tempos, realizar um. Mas, o último concurso foi em 2005 e ele não foi renovado, tinha validade de dois anos e poderia ser prorrogado por mais dois, mas isso foi uma opção da gestão anterior, que acarretou esse grande período de sete anos esvaziando a carreira. Hoje, temos
somente 50 mil professores efetivos e quase 20 contratados, é uma proporção muito grande para o quadro da escola pública. Nós temos a convicção de que o problema não são as pessoas contratadas, mas o vínculo empregatício, que não permite um avanço de carreira, fazendo com que os professores tenham que trabalhar em várias escolas, gerando um grande número de rotatividade, interferindo na qualidade da educação.
Acredita que a Educação pode ser a solução para vários problemas, como desigualdade social e preconceito?
Eu tenho convicção que sim. Ela sozinha não envolve nada, mas sem ela as coisas também não acontecem, como já dizia Paulo Freire.
O que gostaria de recomendar aos futuros candidatos?
Esperamos que os candidatos se preparem para o concurso, para que a gente possa juntos discutir três coisas fundamentais: a recuperação física das escolas, a questão da valorização profissional, com carreira e com formação continuada, e a reestruturação curricular. Esses são os nossos três desafios que precisam andar simultaneamente.
FONTE: Folha Dirigida

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